quinta-feira, 18 de julho de 2013


O rio Gravataí está bem vivo




Passo das Canoas
Passo dos Negros
O documentário - Gravataí, um rio em minha - deverá causar surpresa à maioria da população das cidades ligadas ao rio Gravataí. Popularmente o rio é tido como totalmente poluído, repleto de lixo e praticamente sem salvação. O documentário mostrará um rio vivo e com muitas opções de atividades.


Com duração de 47 minutos, o documentário Gravataí, um rio em minha terá sua primeira exibição às 20h30min, dia 13 de agosto, no teatro do Sesc, em Gravataí. O longa metragem retrata relatos de pessoas que vivem diretamente com o rio, destacando o Gravataí vivo e repleto de atrativos de lazer e esportes. A produção é independente e foi realizada pela Lead Filmes, com direção e roteiro do historiador Amon da Costa e do jornalista Andrei Fialho.

O filme faz o caminho inverso da opinião popular. Apresenta por meio de ribeirinhos, pescadores, ecologistas, agricultores e esportistas o quanto o rio Gravataí é fonte de alimento, diversão, com cenários dignos de cartão postal. Além disso, o documentário faz o comparativo entre a população em geral, que desconhece e nem sabe informações simples do rio, com os personagens que demonstram carinho, cuidado e preocupação com rio.

A abordagem do filme é de um ponto de vista antropológico das relações humanas com o rio. De causos de pescadores, prática de surf e stand up, utilização da água, opiniões de ecologistas e arrozeiros, o Documentário sintetiza diversos “mundos” as margens de um rio com extensão de 80 quilômetros, praticamente desconhecido para seu um milhão de usuários.

A entrada é franca, e os ingressos devem ser solicitados pelo email 
umrioemminhavida@gmail.com<mailto:umrioemminhavida@gmail.com> . O teatro do Sesc fica na rua Anápio Gomes, 1241, no  Centro de Gravataí.


“Apenas um terço do rio Gravataí está poluído”
Banhado Grande


Segundo os autores do documentário, apenas um terço do rio Gravataí está poluído, justamente onde o rio cruza os perímetros urbanos de Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas e Porto Alegre até sua foz no Lago Guaiba, por receber dos arroios e córregos todos os tipos de esgotos.


Amon da Costa revelou ter uma surpresa boa ao passar pelo perímetro urbano do rio. “Achava que iria ver um rio caótico, podre e mal cheiroso, mas vimos o rio levemente afetado, com alguns pontos com lixo. Apenas onde desemboca arroios como o do Passo da Areia - de Porto Alegre, Feijó – de Alvorada, e Barnabé de Gravataí, é que a coisa fica feia, mas em alguns metros tudo se dilui e o rio se mostra vivo novamente”, pontuou.

“Um rio rico em peixes”

O documentário registra a opinião de pessoas que não tem contato com o rio, ou com contato limitado, que são sobre pontes do rio em Cachoeirinha, Canoas e Gravataí. Estes cenários específicos constroem a consciência popular sobre o rio. E em uma dessas opiniões mostradas no documentário, há quem cita que não é mais possível pescar no Gravataí, devido à poluição. O contraponto vem quando alguns personagens relatam que o rio Gravataí é um dos melhores do Estado para pescaria com grande variedade de espécies de peixes.

Alguns dos personagens:

Paulo Muller
O documentário reúne 24 entrevistados que interagem opiniões, maioria positiva em relação ao rio. Estão no documentário:

Paulo Müller – Ambientalista e fiscal da Fundação do Meio Ambiente de Gravataí: Filho de pescadores, em seus 60 anos de idade vive diariamente no rio. É popularmente conhecido por ser o guardião do Gravataí.

Osnildo “Cataúcho” – Trocou Florianópolis para morar em um sítio as margens do rio, o qual tornou um camping de laser na localidade do Passo dos Negros, em Gravataí. Ele criou o surf no rio.
Osnildo








Geraldo Barcelos, ou Tio Vecco como é conhecido, tem 71 anos e nunca se mudou da localidade do Passo das Canoas. Ele revela como a construção da Free Way isolou a região e o rio do acesso das pessoas.
Tio Veco









Leandro Alves – Ribeirinho da vila Olaria, em Cachoeirinha. Possui sete filhos e é catador. Aponta a poluição trazida pelos arroios Barnabé, de Gravataí, e Águas Belas de Alvorada, em razão dos esgotos não tratados.



Maurício Barcelos – Arrozeiro de Glorinha: revela que o arroz produzido na bacia do Gravataí é considerado o melhor do Brasil. E aponta, juntamente com Müller, o problema do excesso de velocidade da vazão do rio, em razão das drenagens realizadas nos anos 60 e 70.
Mateus Cordeiro – Empresário e farmacêutico que fomenta a prática do stand up (prancha com remo).


Chico Boia – Quilombola neto da Anastácia, mulher que originou o Quilombo na Estância Grande, em Viamão, que morreu aos 114 anos.


Outros temas...


O documentário também aborda sobre os canais de drenagem construídos nos anos 60 e 70 para secar os Banhados Grande e dos Pachecos para utilização dessas áreas para agricultura. Estes canais desregularam a vazão natural do rio.
Apresentação do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, órgão deliberador das ações do rio e criador do Plano de Gerenciamento da Bacia do Rio Gravataí.

Trilha Sonora


Paulo Dorfman e Marcelo Delacroix 
Andrei Fialho
A trilha sonora conta com nomes consagrados no Estado, artistas como pianista Paulo Dorfmann, o músico Marcelo Delacroix e a banda Pata de Elefante estão presentes no documentário. Além disso, o jornalista Andrei Fialho, que também é músico há 20 anos, compôs e gravou quatro trilhas para ilustrar sonoramente o documentário.



Equipe


O documentário tem roteiro, direção, produção e edição de Amon da Costa e Andrei Fialho. Locução da jornalista Helen Braun, mixagem e masterização de Vinícius Braun e arte de Fabio Paltiano.


Patrocinadores e apoiadores


A obra foi realizada de forma independente e sem recursos de leis de incentivos fiscais. Colaboraram com a produção do documentário a Companhia de Riograndense de Saneamento -  Corsan, Universidade QI, Sogil, Dimobi negócios imobiliários, Clínica Raio Som, Mega Palco, Academia Perfil. Apoio: SESC-RS e Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí – Acigra, Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, Primotec e Estúdio Soluções Sonoras.

Exibições do documentário


Uma parceria entre a Lead Filmes e o SESC-RS irão realizar 10 exibições distribuídas nas cidades que compõe a Bacia do Rio Gravataí. O calendário está sendo criado, mas em todas as exibições a entrada será franca. Nestes eventos haverá venda de DVDs do documentário, com valor ser definido.


O jornalista Andrei Fialho prevê a realização de palestras e eventos de educação por meio do documentário. “Passamos praticamente 10 meses mergulhados no rio. Conhecemos muitos lugares e histórias, e com isso, juntamos um conjunto de conhecimentos, seja histórico, folclórico, geográfico e principalmente ambiental. Sabemos que isto gerará interesse de empresas, universidades e escolas, e por isso estamos montando palestras focadas e um plano pedagógico que forme e prepare reprodutores do documentário, neste caso, professores”. revelou Fialho.
Bastidores


Andrei e Amon
Fotos dos bastidores da produção podem der visualizadas na página do facebook: Gravataí, um rio em minha vida.
Contatos:
Andrei Fialho – (51) 82956412 ou 84428462 | andreifialho@yahoo.com.br<mailto:andreifialho@yahoo.com.br>
Amon da Costa – (51) 83195268 | amoncosta@yahoo.com.br<mailto:amoncosta@yahoo.com.br>
umrioemminhavida@gmail.com<mailto:umrioemminhavida@gmail.com>
Trailer do documentário: www.youtube.com<http://www.youtube.com/>: Gravataí, um rio em minha vida.
http://www.youtube.com/watch?v=pPzFD4YykzU

_____________________________________________________________________
Release de apoio – período de produção



O jornalista Andrei Fialho e o professor de história Amon da Costa estão produzindo um documentário que aborda a vivência no rio Gravataí. A intenção é relatar a vida e histórias das pessoas que de alguma forma interagem com o Rio que abastece mais de um milhão de gaúchos da região metropolitana. O filme – Gravataí, um rio em minha vida - deverá ser lançado no primeiro semestre de 2013.



A iniciativa dos autores surgiu de uma parceria em experiências audiovisuais, no qual os dois assumiram um desafio com uma pauta latente na região. A produção é independente e conta com auxílio de alguns voluntários à causa. Há dois meses a dupla vem pesquisando e fazendo pré-entrevistas para saber quais histórias e relatos serão destacados na produção.



Amon da Costa revela que o rio Gravataí foi isolado ao longo dos tempos das cidades de seu curso. “No meados dos anos 70, a construção da Free Way separou o rio das cidades e restringiu seus acessos. Apenas os bairros Parque dos Anjos, Passo das Canoas e Cavalhada oferecem aos moradores de Gravataí um canal de interação e acesso aos moradores de Gravataí”, destacou.


Para ele, este foi um fator que distanciou as pessoas de interagir com o Gravataí. “No início da produção fizemos algumas enquetes, no centro da cidade, para saber algumas opiniões referentes ao rio. Havia pessoas que não sabiam para que lado fica o rio, apontavam para variadas direções. Além disso, há um denominador comum em que o rio é muito poluído e que suas águas podem causar doenças de pele”, revelou.



O sentimento dos autores é de quê há uma grande parcela da população que não possui o menor esclarecimento sobre a realidade a qual o rio está passando. Por outro lado, há diversos estudos e análises técnicas sobre toda a Bacia do Gravataí, compreendida por seus banhados e afluentes, representadas por universidades e entidades civis.



  Andrei Fialho destacou surpresa na quantidade de estudos e de soluções ambientais para a preservação do Rio, mas para ele há um distanciamento de linguagem entre os atuantes técnicos e a população em geral. “No início, ficamos com o dilema de escolher o tipo de narrativa que seria abordada. Percebemos que precisamos aproximar o rio das pessoas, e principalmente mostrar aos jovens que o rio é uma fonte de lazer e esportes como canoagem, e até surf, no qual pranchas são amarradas aos barcos e assim praticam o esporte”, apresentou.



Fialho defende que só com o conhecimento das alternativas oferecidas pelo rio é que ele será atrativo à população em geral. “O rio possui áreas de balneários, camping e pesca. E esse despertar é fundamental para a criação de vínculo e sentimento para rio. Só educar para a o uso consciente da água sem realmente conhecer a fonte, neste caso o rio, é pouco. O rio é um ser vivo que sofre as intempéries e acompanhar isso realmente é fundamental para consciência ambiental”, apontou.



O enfoque de um rio vivo será o norte do documentário, em que várias histórias e ações se cruzam diariamente em suas margens. Segundo Costa, a vivência dos ribeirinhos em muitos casos é uma filosofia de vida – o de viver em parceria do rio. O rio também exerce um papel religioso importante, pois serve de santuário para religiões afrodescentes, de batismo para evangélicos, além das festividades à Nossa Senhora dos Navegantes.


“Existem vários sentimentos em relação ao rio - o carinho e a preocupação de seus usuários; o medo e respeito – pela frequência de afogamentos e acidentes; a indiferença – o descaso e pouco cuidado;  a revolta – pela má utilização da água pela agricultura, o que afeta a pesca e o tratamento da água potável. Esses são alguns elementos que transformam a narrativa da vida entorno do rio Gravataí ser singular e principalmente humana. Este é o nosso foco para este documentário. Há alguns dados técnicos que terão que ilustrar a produção, mas o real objetivo é apresentar à toda população a origem da água que sai na torneira de sua casa, ao abrir uma torneira é uma extensão do rio, o banho, o chimarrão, o suco, o gelo, a água da comida, em tudo o rio Gravataí está presente, e em muitos casos somos formados por 70% dele”, exaltou Costa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário